A natureza da doença (Bruce Lipton)
O processo de desenvolvimento da doença começa quando harmonia natural do corpo é abalada, gerando mal-estar e insuficiência no corpo para manter as funções vitais em equilíbrio.
Como o comportamento é criado por meio da interação das proteínas com seus sinais complementares, pode-se concluir que há apenas duas fontes de doença: um defeito nas proteínas ou um problema de distorção de sinais.
Cerca de 5% da população mundial nasce com defeitos físicos. Essas pessoas têm genes modificados, que decodificam proteínas disfuncionais. Proteínas estruturalmente deformadas ou defeituosas podem obstruir o mecanismo de funcionamento do corpo.
Em outras palavras, interrompem o fluxo normal das funções e diminuem a qualidade da vida. No entanto, 95% da populança humana chega a este mundo com genes perfeitamente normais. Neste grupo, as doenças podem ser atribuídas à natureza do sinais.
Há 3 situações básicas em que os sinais contribuem para disfunções e doenças
A primeira
É o trauma! Se alguém sofre um acidente em que a coluna vertebral é afetada, impedindo a transmissão de sinais do sistema nervoso, o resultado pode ser uma distorção das informações normalmente trocado entre o cérebro e as células, os tecidos e os órgãos do corpo.
A segunda
É a toxicidade. A presença de toxinas e substâncias venosas em nosso organismo pode distorcer as informações dos sinais transmitidos do sistema nervoso às células e tecidos aos quais essas informações deveriam chegar. Sinais alterados, por quaisquer motivos, podem inibir ou modificar o comportamento celular, levando à manifestação de doenças.
A terceira
É o pensamento! A ação da mente influência os sinais sobre o processo das doenças. Ainda que o corpo não esteja em desequilíbrio ou apresente quaisquer deficiências, o organismo pode apresentar doenças associadas a estados mentais.
“O Ser humano é o que ele acredita”
– Anton Chekhov
A saúde depende da habilidade do sistema nervoso de captar com precisão informações do ambiente, adotando comportamentos apropriados que garantam a manutenção da vida.
Se a mente falha na interpretação dos sinais e gera respostas inapropriadas à sobrevivência do organismo, este fica ameaçado, pois o corpo adotará comportamentos dissonantes em relação ao ambiente que o cerca.
É difícil imaginar que um simples padrão de pensamento seja capaz de provocar colapso em todo um sistema orgânico, porém, na natureza, a interpretação incorreta de sinais pode ser letal.
Imagine a situação de uma pessoa com anorexia. Parentes e amigos conseguem vê-la como um indivíduo esquelético à beira da morte, porém ela se olha no espelho e vê apenas um ser obeso.
Dentro dessa visão distorcida, que mais parece um daqueles espelhos de parques de diversão, o cérebro do anoréxico tenta impedir um equivocado ganho de peso simplesmente inibindo as funções metabólicas do organismo.
Como qualquer entidade que lidera, o cérebro busca harmonia entre todos os órgãos. A harmonia neural é expressa pela congruência entre as percepções do cérebro e a visa que levamos.
Um modo interessante de ilustrar como a mente estabelece harmonia entre suas percepções do cérebro e a vida que levamos.
Células, tecidos e órgãos não questionam informações enviadas pelo sistema nervoso. Respondem com a mesma presteza a comandos de sobrevivência e autodestruição. Consequentemente nossa percepção comanda nosso destino.
Quase todo mundo já ouviu falar em efeito placebo, mas poucas pessoas conhecem seu oposto, o efeito nocebo.
Da mesma forma que pensamentos “positivos” podem curar, os “negativos” manifestam efeitos indesejáveis.
Crianças japonesas alérgicas a determinados tipos de plantas participaram de uma experiência na qual uma folha da planta alergênica era esfregada em um de seus braços.
A folha de outra planta, de espécie diferente e que não causava alergias porém de aparência idêntica, era esfregada no outro braço.
Como era de se esperar, quase todas as crianças apresentaram reações alérgicas no braço em que houve contato da planta dita alergênica, mas não tiveram qualquer reação no outro braço.
O que as crianças não sabiam é que as informações tinham sido propositalmente trocadas. A planta “venosa” havia sido aplicada como não venosa e vice-versa.
A maioria delas sequer teve reação no braço em que realmente houvera contato com um elemento alergênico. Ou seja, as percepções positiva melhoram a saúde quanto que as negativas causam o aparecimento de doenças.
Esse experimento entre vários outros a respeito do poder da crença, fez parte da pesquisa que originou a psiconeuroimunologia.
Considerando que no mínimo um terço de todas as curas médicas podem ser atribuídas ao efeito placebo, e qual porcentagem de enfermidades pode ser resultante de pensamentos negativos, de efeito nocebo?
Provavelmente muito mais o que imaginamos, especialmente por que os cientistas calculam que 70% de nossos pensamentos são inadequados e redundantes.
Percepções têm grande influencia no desenvolvimento do caráter e das experiências pelas quais passamos em nossa vida. São as percepções que moldam o efeito placebo e nocebo.
Percepções são crenças a permear a cada célula. A expressão do corpo é um complemento das percepções da mente, ou, em termos mais simples, precisamos crer para ver!
Percepções precisas levam ao sucesso. Percepções deturpadas ameaçam a sobrevivência.
Quase todas as pessoas deste mundo têm percepções deturpadas que limitam, miam sua energia, sua força, e seus desejos, levando-as a sabotarem a si mesmas.
Na verdade, a maioria de nossos pontos forte, de nossas fraquezas e de nossas características podem ser atribuídas a percepções familiares e culturais absorvidas antes dos 6 anos de idade.
As percepções adquiridas nesses primeiros anos de deselvolhento são responsáveis pelas condições de saúde e comportamento durante a vida adulta.
Imagine quantas crianças jamais desenvolvem todo o seu potencial ou realizam seus sonhos em virtude da programação limitadora que recebeu.
Esses programa de autosabotagem também no cerceiam quando tentamos modificar as condições do mundo ao nosso redor, alertando-nos que em primeiro lugar devemos nos modificar interiormente.
Ao modificarmos nossas crianças, modificamos o mundo. Mas tanto para modificar o mundo quanto a nós mesmo muitas vezes é preciso ter mais do que boas intenções.
É necessário entender a natureza da mente e como a dualidade divina do cérebro – o consciente e o subconsciente – controlam a expressão de nossa percepção.
Referências
LIPTON, Bruce. (2013), Evolução espontânea. São Paulo: Butterfly
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